sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

heliofagia


murmuram voos de insetos
por sobre os pratos
da noite
com alguns restos de tarde
presos em azuis gengivas.

sob o olhar da rua,
a Lua lambe
esqueletos brancos
- de estrelas -
ao som de tétricos
miados ensaiados nos telhados.

e solares nacos
- cascas de laranja -
são sobremesa oculta
no oblíquo bojo
dos postes elétricos
desassombrados.

8 comentários:

Anônimo disse...

A cena que o poema prevê, tem muita poesia nas entrelinhas e muita beleza destas noites.

Beijos.

Fabrício César Franco disse...

Rafaela,

Pareceu-me trilha sonora para aqueles curtas-metragens de arte sobre a virada do século XIX para o XX. Muito bom!

Beijos!

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

Caríssimos,
agradecida fico, e muito, pelos olhares enriquecedores! :)

Mil beijos

Jéssica do Vale disse...

O que comentar?
É vida de bicho!

Paulo_Sotter disse...

Este quadro do anoitecer pintado com as tintas da sensibilidade, algo entre o natural e o sobrenatural. Imagem e poema em perfeita sintonia. Parabéns pela linda escrita. Abraços

Jhosy Ane A.S. de Gusmão disse...

Fez-me enquanto lia, viajar e sonhar com os olhos bem abertos com cenários, cheiros e sons de outras vidas, de outros tempos, outros eus.

Muito bom!

Um beijo,
Jhosy
http://meninamsicaeflor.blogspot.com.br/

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

Adoro ver essas leituras atentas. E gentis.

Beijos gratos, meus caros!

Anônimo disse...

Quero agradecer-lhe pelo lindo comentário que me deixou.. aproveitei e reli seu belíssimo poema.

Beijos.