quarta-feira, 21 de março de 2012

[a]mar



mergulhei raso
para te encontrar;
foi-me negado
o náufrago.

não sabia;
agora sei:
é natural da água
deslocar[-se] à profundidade.



"mas amar é profundo
e nele sempre cabem, de vez,
todos os verbos do mundo..."
[z. duncan; m. jeneci]

7 comentários:

Fabrício César Franco disse...

Nem quero crer que foi algo meu que suscitou um poema tão bonito. Porque nem tangenciei a profundidade do que você ousou, das "águas que se deslocam à profundidade". Mas saiba uma coisa: navegar por seu mar de palavras é imensamente bom.

Beijo!

Jéssica do Vale disse...

O amar,
é mesmo um mar.
De tão intenso
e profundo
Dá vontade
aos loucos
de provar.
Jogar-se às
águas belas
Sem saber,
se poderá voltar.

Bruno de Andrade Rodrigues disse...

Quando situado num campo semântico em comum, "amar" (um verbo tão caro à vida, de semântica forte)e "mar" compartilham entre si não só a profundidade, mas também o desconhecido. Tal como o mar, amar tem lá suas instabilidades, suas inconstâncias, assim inconstantes são as águas do mar. Embora possível limitar-se à superfície tanto do amar quanto do mar, quem o faz, por prudência ou falta de coragem, perde muito de sua beleza. Ou negaríamos que o mar esconde belas formas de vida?

Certamente, amar requer imersão, mergulhos de alma no ser do outro.

Adorei o poema!
Beijos!

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

leio meus comentários e fico muito, muito orgulhosa!
e grata!
e sensibilizada!
e... feliz!
sério.
gente linda! =)

um beijo, dois, três!

Fred Caju disse...

Fiquei pensando na monumental Ode Marítima do Álvaro de Campos...

AquilesMarchel disse...

sob inspiração



quantos poetas ja leu pra escrever assim?


embora creia que o mais fundo sempre esta na superficie

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

referência grandiosa, Caju!

beijo

.

no fundo [ou não!], tem sempre um quê da poesia maior que reina no mundo: a vida! ;)

um beijo